Vocês sabem quais são os marcos da fronteira de Castro Laboreiro?
Eu vou ter (incomprensíbel) com vocês, e depois vou falar algumas coisas soltas. Pode ser que tenham interesse.
Quais são os marcos da fronteira de Castro Laboreiro? A ver se sabem.
A fronteira portuguesa começa no marco 1, en São Gregório, Monte das Barjas, i vai até Vilargança-Santo António, i tem parte da fronteira, o ocidente é o rio Minho, i o mar, é óbvio.
Aí a fronteira é óbvia.
Do outro lado, também tem parte d’água, que é o rio Guadiana, que vai lá embaixo na Estremadura.
De resto é raia seca onde há marcos, i o marco 1 está en Cevide, e,e,e no fundo de São Gregório, onde se juntam o rio Trancoso, que nasce, nasce na Azoreira galega, Porteliña, i vai até Ponte Barjas. Ali está o marco 1. I eu tenho um amigo dali que eu faço neste momento um grande sucesso na internete, porque é o ponto mais ao norte de Portugal. Ou seja, a,a,a a reuniom do rio Trancoso com o rio Minho, i ali está o marco 1. Depois, o marco 2 está num sítio mágico, que é Porto dos Cabaleiros, que fica por cima da Azoreira galega, da Azoreira galega, o val da Azoreira galega.
Alguém sabe onde é a Azoreira galega? Alcobaça. Si. Azoreira galega. Ali está o marco 2 onde começa (…)
Pousafoles, em frente ali passa o rio Trancoso, dum lado galegos, doutro lado portugueses.
E,e, I de ali, do marco 2 até Mareco, até Ameijoeira, Ameijoeira, temos o marco 53. Ou seja, nós estamos ali do marco 2 ao 53. Pra teres uma ideia, e si nom foge a memória, rio de Onore está no 408. Ali, em Ameijoeira, a fronteira entra no rio Castro Laboreiro, vem ao Lelas, não é?, e ali é auga, nom hai, nom hai, nom hai marcos. Vem até o rio Lima, e depois tendes os marcos pra este lado daqui.
Ora, eu nasci ali na Idade Média, coas vacas, cos cornos das vacas galegas, barrosãs.
Havia de todo, a bater no sobrado (…) Em Castro Laboreiro há duas casas, sabedes disso? Duas casas. A maior parte da população tem duas casas, uma de vram, nove meses, i outra de inverno, três meses.
Sabedes disso? Nom? Si? A maior parte? Está bem.
Ora, eu nasci ali, dum lado hai uma montanha que é peneda brutal, pra ali nom havia cualquer comunicaçom
Eu fum á Peneda já mui grande, já fui pola estrada de, de, de terra
I, i, a ligaç ão era cos lugares galegos, cos lugares galegos. Ora, há o Laboreiro, desse marco 2 ao 53, Pena de Anamán, Penagache. Não é?
Todo aquel monte, não é? Sabedes que hai ali unha das maiores necrópoles megalíticas da Península Ibérica? Naquel, naquel espaço do Leboreiro, do lado portugués há sesenta e tal mamoas, dólmens descubertos. Do lado galego, está aqui um especialista que vos pode dizer o número exacto. Ou seja, é um sítio mágico (de) certeza porque nom hai, nom hai ali memória (…) Esses enterramentos ou locais de culto qu’era o Laboreiro, estades na cima do, do céu, estades perto do céu, o sítio mais alto. Depois a Portela do Pau, Penagache, Portela do Pau, lá riba, estades no topo do mundo, pa riba non hai nada, estamos a 1000, quasi 1400 metros de altura. Sabedes, Castro Laboreiro tem os lugares mais altos de Portugal. Nom é na serra da Estrela
Hai unha placa no Sabugueiro e sei que ali é o ponto mais alto de Portugal, não é. Em Castro Laboreiro, Castro Laboreiro há dous lugares de 1160 a 1770 metros. Ou seja, eu nasci aí nesse, nesse meio, i o fascínio polo lado galego foi sempre grande. Naquela altura (…) inda nom se tinha dado o 25 de abril, i o fascínio era grande. Eu ia ás lojas, quando estava no lugar de embaixo, vinha à Pereira, a Guxinde, com as minhas avoas às lojas. Quando estava do outro lado, ia, fui, numa altura fui aos feijões, Monterredondo, Monterredondo i a Gorgua.
Ou seja, eu nasci mui próximo da fronteira, nasci a 2 quilómetros do marco 7, do marco 10. O marco 10 da fronteira está ali (…) porque a fronteira (…) o documento mais antigo que existe daquela fronteira é do século XVI, mil quinhentos e qualquer coisa, nom tenho, nom o precisei, penso que é trinta e oito. E,e,e i, o fascínio foi grande, sempre, por ir ao outro lado. I, ao outro lado, comía aqueles doces queques, que eram uns doces, no Castro nom havia doces, non era (incomprensíbel) Havia uns doces que eu comia sempre que ia às lojas. Comia a lata de polvo, também me lembro da lata de polvo, o pam, qu’era fantástico, o pam galego, aquelas peças grandes. Havia un fascínio grande. Havia milho. No meu lado nom havia milho.
Autor/a da transcrición: e~xenio